Nações do Candomblé

As “nações do Candomblé” referem-se às diferentes tradições regionais ou linhagens dentro do Candomblé, cada uma com suas próprias práticas, rituais, mitologias e cultos específicos aos Orixás. Cada nação tem suas raízes históricas e influências culturais distintas, muitas das quais remontam aos diferentes grupos étnicos trazidos como escravos da África para o Brasil durante o período colonial.

As principais nações do Candomblé são:

  1. Nação Ketu: A Nação Ketu é uma das mais difundidas no Brasil e tem uma forte influência iorubá. Seus rituais são conhecidos pela beleza e complexidade, envolvendo danças, cânticos, oferendas e invocações aos Orixás. Os sacerdotes e sacerdotisas dessa nação são chamados de Babalorixás e Ialorixás, respectivamente. No Ketu, há uma grande valorização dos mitos de criação e das histórias dos Orixás, transmitidas oralmente de geração em geração.

  2. Nação Jeje: A Nação Jeje traz consigo as tradições dos povos Fon e Ewe, conhecidos por sua rica herança cultural e religiosa. Seus rituais são caracterizados por uma intensa conexão com os ancestrais e espíritos da natureza, além do culto aos Voduns, que correspondem aos Orixás do Candomblé. Os adeptos da Nação Jeje são conhecidos por sua habilidade na confecção de amuletos, talismãs e objetos rituais, como os “guias” utilizados durante as cerimônias.

  3. Nação Angola: A Nação Angola tem suas raízes nos povos bantos da África Central e mantém uma forte ligação com os ancestrais e os espíritos da natureza. Seus rituais são marcados pela presença de danças vigorosas, cânticos e invocações aos Mpungus, que correspondem aos Orixás. A cerimônia de iniciação na Nação Angola, conhecida como “fundamento”, é considerada uma das mais importantes e rigorosas do Candomblé.

  4. Nação Ijexá: Originária do antigo Reino de Oió, na Nigéria, a Nação Ijexá tem uma grande influência na cultura afro-brasileira. Seus rituais são caracterizados pela reverência aos Orixás e pela importância dos ritos de passagem, como o “borí” (rito de alimentação) e o “sairé” (rito de apresentação pública). Na Nação Ijexá, destaca-se também o culto aos eguns, ou espíritos ancestrais, que são reverenciados durante as festividades religiosas.

Essas nações do Candomblé, embora tenham suas diferenças, compartilham o mesmo propósito de preservar e promover a cultura africana e a espiritualidade dos Orixás no Brasil. Cada uma contribui para a riqueza e diversidade dessa religião, enriquecendo o seu legado cultural e espiritual. 

Quais países têm candomblé?

O Candomblé é uma religião de origem africana que se desenvolveu principalmente no Brasil, como resultado da diáspora africana durante o período da escravidão. Nações do Candomblé, além do Brasil, o Candomblé ou tradições religiosas semelhantes podem ser encontrados em outros países da América Latina e do Caribe, onde houve uma presença significativa de africanos escravizados. Alguns desses países incluem:

Brasil

O Candomblé é mais difundido no Brasil, onde se originou e é praticado em todo o país, com uma forte presença nas regiões nordeste e sudeste, especialmente na Bahia.

Nigéria

Aqui, o Candomblé tem suas raízes mais profundas. O Candomblé no Brasil tem influência significativa das tradições religiosas iorubás, yorubás, e suas variantes, que são praticadas na Nigéria e em outras partes da África Ocidental.

Benin

O Benin, anteriormente conhecido como Daomé, é conhecido por suas tradições religiosas vodun, que têm semelhanças com o Candomblé brasileiro. Muitos dos escravos africanos enviados para o Brasil durante o período colonial vieram da região que é agora o Benin.

Togo

Assim como no Benin, as tradições religiosas vodun são praticadas em Togo e influenciaram as práticas religiosas afro-brasileiras, incluindo o Candomblé.

Gana

Embora o Candomblé não seja tão proeminente em Gana quanto em outros países da região, as tradições religiosas aí praticadas, como as dos povos Akan, também tiveram influência nas práticas afro-brasileiras. 

Camarões

As tradições religiosas praticadas pelos povos Bamileke e Duala, entre outros, têm algumas semelhanças com o Candomblé, embora não haja uma presença tão forte do Candomblé como no Brasil.

Cuba

O Candomblé brasileiro influenciou as tradições religiosas afro-cubanas, como a Santería e o Palo Monte, que compartilham semelhanças com o Candomblé em termos de culto aos Orixás e ancestralidade africana.

Haiti

O Vodu haitiano, também conhecido como Vodou, é uma tradição religiosa que combina elementos das crenças africanas com influências indígenas e cristãs. Embora seja distinto do Candomblé, compartilha algumas semelhanças em sua prática religiosa.

Colombia

Na região do Pacífico colombiano, a religião conhecida como Santería ou Regla de Ocha, que tem raízes nas tradições religiosas iorubás, é praticada por algumas comunidades afro-colombianas.

Estados Unidos

Devido à migração e à presença significativa da diáspora africana, o Candomblé é praticado em algumas comunidades afro-americanas nos Estados Unidos, especialmente em cidades como Nova York, Miami, Los Angeles e Nova Orleans.

Porto Rico

Assim como em Cuba, em Porto Rico, o Candomblé é conhecido como Santería ou Regla de Ocha. Também é uma religião sincrética que combina elementos das tradições religiosas africanas com o catolicismo.

República Dominicana:

O Candomblé é praticado na República Dominicana, onde é conhecido como Regla de Palo ou Santería. Assim como em Cuba e Porto Rico, é uma religião sincrética que combina elementos africanos com o catolicismo.

Venezuela

O Candomblé, conhecido como Regla de Ocha ou Santería, também é praticado na Venezuela, principalmente nas regiões onde há uma população afrodescendente significativa.

Argentina

Principalmente em áreas urbanas como Buenos Aires e Rosário, onde há comunidades afro-argentinas.

Uruguai

O Candomblé, conhecido como Umbanda, é praticado em algumas regiões do Uruguai, especialmente nas áreas urbanas com uma população afrodescendente.

 

França

Em cidades como Paris e Marselha, há comunidades de imigrantes africanos que praticam o Candomblé e outras tradições religiosas africanas.

Reino Unido

Principalmente em Londres e outras áreas urbanas com populações afrodescendentes, o Candomblé é praticado por imigrantes africanos e seus descendentes.

Portugal

Devido à história colonial de Portugal e à migração recente de países africanos de língua portuguesa, o Candomblé pode ser encontrado em algumas comunidades afro-portuguesas, especialmente em cidades como Lisboa e Porto.

Espanha

Nas grandes cidades espanholas, como Madrid e Barcelona, e em outras regiões com uma população africana significativa, o Candomblé é praticado por imigrantes africanos e seus descendentes.

Italia

Em cidades como Roma, Milão e Nápoles, há pequenas comunidades de praticantes do Candomblé, muitas vezes ligadas a imigrantes africanos ou brasileiros.

Canadá

Especialmente em áreas urbanas com populações africanas ou afrodescendentes, como Toronto, Montreal e Vancouver, o Candomblé pode ser praticado por comunidades imigrantes.

Holanda

Nas cidades holandesas, como Amsterdã, Roterdã e Haia, onde há uma presença significativa de imigrantes africanos, o Candomblé pode ser encontrado em pequenas comunidades.

Belgica

Em Bruxelas e outras cidades belgas, onde há uma população diversificada e uma presença africana substancial, o Candomblé pode ser praticado por comunidades imigrantes.

Suiça

Em cidades como Zurique e Genebra, onde há uma presença multicultural, o Candomblé pode ser praticado por pequenas comunidades de imigrantes africanos.

Luxemburgo

Embora em uma escala muito menor, o Candomblé pode ser encontrado em comunidades de imigrantes africanos em Luxemburgo.

As Nações do Candomblé possui tradições religiosas tenham origens comuns na África, é importante reconhecer que cada país desenvolveu suas próprias práticas religiosas distintas com base nas experiências históricas e culturais únicas de suas populações afrodescendentes. 

O que é a nação nagô?

A “nação Nagô” refere-se a uma das principais tradições étnico-religiosas presentes no Candomblé brasileiro. Originária dos povos yorubás da Nigéria, a nação Nagô é uma das mais influentes e predominantes na prática do Candomblé no Brasil, especialmente na região Nordeste.

Os yorubás, também conhecidos como nagôs, foram trazidos como escravos para o Brasil durante o período colonial, e trouxeram consigo suas tradições religiosas, culturais e linguísticas. No contexto do Candomblé, a nação Nagô é caracterizada pela adoração aos orixás, que são divindades do panteão yorubá, como Oxalá, Xangô, Oxum, Iemanjá, entre outros.

Os rituais da nação Nagô envolvem cantos, danças, sacrifícios de animais, oferendas de alimentos e uma forte conexão com a natureza e com os ancestrais. As cerimônias são conduzidas por sacerdotes e sacerdotisas, conhecidos como babalorixás e ialorixás, respectivamente, que têm o papel de intermediários entre os devotos e as divindades.

A nação Nagô é uma das principais influências no Candomblé brasileiro e contribuiu significativamente para a formação e a continuidade dessa religião afro-brasileira, preservando tradições, mitos e rituais que têm raízes profundas na cultura yorubá.

O que é a nação Cabinda?

A “nação Cabinda” é uma das vertentes ou tradições dentro do Candomblé, especialmente presente em algumas regiões do Brasil, como Bahia e Rio de Janeiro. Esta nação tem suas raízes nas tradições religiosas dos povos bantos, especialmente provenientes da região de Cabinda, que está localizada no atual território de Angola, na África.

Assim como outras nações do Candomblé, a nação Cabinda tem suas próprias divindades, rituais, cantos e danças característicos. Os adeptos dessa tradição reverenciam orixás e ancestrais que estão relacionados à cultura banto, como por exemplo, Tempo, Nanã, Omulu, entre outros.

O Candomblé Cabinda preserva aspectos culturais e espirituais específicos dos povos bantos, incluindo práticas de culto aos ancestrais, o uso de determinadas línguas africanas nos rituais, além de cantos e danças que refletem a tradição dessa região.

Assim como outras nações do Candomblé, a nação Cabinda desempenha um papel importante na preservação da cultura afro-brasileira e na transmissão de conhecimentos ancestrais, contribuindo para a diversidade e riqueza espiritual dessa religião. 

Qual é a nação de Ogum?

Nas nações do candomblé a nação de Ogum é conhecida como “Ketu” ou “Nagô”. Ogum é um dos orixás mais reverenciados no Candomblé e sua influência é predominante na tradição Ketu/Nagô, que é uma das mais difundidas e populares no Brasil. Nessa tradição, Ogum é considerado o Orixá das guerras, das batalhas e da tecnologia, sendo venerado como um protetor e um guerreiro valente.

Na nação Ketu/Nagô, os rituais, cantos, danças e tradições estão centrados em torno dos orixás dessa vertente, que incluem não apenas Ogum, mas também outros como Xangô, Oxossi, Oxum, Iemanjá, entre outros. A tradição Ketu/Nagô tem suas raízes na região da antiga cidade de Ifé, na Nigéria, e foi trazida para o Brasil durante o período da escravidão.

Portanto, Ogum é uma das figuras centrais dentro da nação Ketu/Nagô do Candomblé, onde suas características e atributos são reverenciados e celebrados em rituais e festividades específicas.

Qual a diferença de nagô e Iorubá?

Nagô e Iorubá são termos que se referem a diferentes aspectos da mesma cultura e língua, porém com algumas distinções importantes nações do candomblé:

  1. Iorubá: Refere-se à língua falada pelos iorubás, um grupo étnico que se estende por várias regiões da África Ocidental, principalmente na Nigéria, Benin e Togo. O iorubá é uma língua tonal, com uma rica tradição oral e uma escrita que foi desenvolvida mais recentemente. No contexto do Candomblé, o termo “iorubá” pode se referir à língua usada em certos rituais e cânticos, bem como às tradições religiosas associadas a esse grupo étnico.

  2. Nagô: Originalmente, “nagô” era um termo usado para se referir aos iorubás escravizados trazidos para o Brasil durante o período colonial. No entanto, ao longo do tempo, o termo “nagô” passou a ser associado especificamente às tradições religiosas desses iorubás no Brasil, incluindo o Candomblé Nagô. Assim, no contexto brasileiro, “nagô” refere-se tanto aos próprios iorubás quanto às suas práticas culturais e religiosas.

Qual a diferença entre Ketu e nagô?

Ketu e Nagô são duas das principais nações dentro do Candomblé, cada uma com suas próprias tradições, rituais e práticas distintas. Aqui está uma breve explicação sobre as diferenças entre essas duas Nações do Candomblé:

  1. Ketu:

    • A nação Ketu é uma das mais antigas e influentes dentro do Candomblé no Brasil, originária da região de Ketu, na atual Nigéria.
    • As tradições Ketu foram trazidas ao Brasil pelos escravizados iorubás, que preservaram e adaptaram suas práticas religiosas em solo brasileiro.
    • No Candomblé Ketu, os rituais e cerimônias são realizados em dialetos iorubás específicos, e os Orixás são cultuados de acordo com as tradições ancestrais.
    • Os rituais são caracterizados por cânticos, danças, oferendas e o uso de elementos simbólicos associados a cada Orixá.
  2. Nagô:

    • O termo “Nagô” foi originalmente usado para se referir aos iorubás escravizados trazidos para o Brasil durante a época colonial.
    • No contexto do Candomblé, a Nação Nagô refere-se às tradições religiosas dos iorubás no Brasil, incluindo algumas variações em relação às práticas originais de Ketu.
    • A Nação Nagô do Candomblé mantém muitas semelhanças com o Candomblé Ketu, mas também possui algumas diferenças em termos de cânticos, rituais e interpretações específicas de certos aspectos da religião.
    • Ambas as tradições, Ketu e Nagô, têm suas próprias casas de culto, sacerdotes e seguidores, preservando e transmitindo suas práticas espirituais ao longo das gerações.

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Última atualização: 11 de outubro de 2024