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Adentrar o universo do Candomblé é mergulhar em uma das mais ricas e complexas manifestações religiosas de matriz africana no Brasil.
No coração dessa fé ancestral, residem os Orixás no Candomblé, divindades que são a própria essência da natureza e a manifestação do sagrado.
Longe de serem meros ícones, eles são forças vivas, com personalidades, domínios e formas de interação que guiam a vida dos fiéis.
Para quem busca compreender essa religião, a pergunta “o que é Candomblé” se confunde com o entendimento de “orixás do candomblé“, pois são indissociáveis.
O que é Candomblé: Uma Religião de Matriz Africana e Ancestralidade
“O que é Candomblé” é uma religião afro-brasileira que tem suas raízes nas tradições religiosas dos povos iorubás, fons e bantos, trazidos à força para o Brasil durante o período da escravidão.
Para preservar sua cultura e espiritualidade, esses povos recriaram suas práticas religiosas em solo brasileiro, adaptando-as e mantendo viva a chama da fé em seus deuses e ancestrais.
O Candomblé é, portanto, uma religião de culto direto aos Orixás (no caso dos iorubás e fons) e Inquices/Voduns (no caso dos bantos e jejes), que são divindades que representam as forças da natureza e os arquétipos humanos.
O culto é realizado em casas de Candomblé (terreiros), sob a liderança de um Pai de Santo (Babalorixá) ou Mãe de Santo (Iyalorixá).
Para mais informações sobre a organização, veja “Como funciona um terreiro de Candomblé“.
É uma religião que acredita na existência de um Deus supremo, Olodumare (ou Olorum), e que os Orixás são suas emanações e intermediários.
A “história do candomblé” é uma narrativa de resistência e fé, onde a ancestralidade e a conexão com a natureza são pilares essenciais.
O Candomblé acredita que a vida na Terra (Aiyê) é reflexo e interage com o plano espiritual (Orun), e os Orixás são a ponte entre esses dois mundos.
O que são Orixás: Divindades da Natureza e Manifestações Divinas
A pergunta “o que são Orixás” é central para qualquer discussão sobre o Candomblé.
Os Orixás são divindades da religião iorubá, originárias da Nigéria e Benin, na África Ocidental.
Eles são considerados emanações de Olodumare/Olorum (Deus supremo e criador de tudo), manifestando-se através dos elementos da natureza, como a água, o fogo, a terra, o ar, as matas e os minerais.
Cada Orixá possui personalidade, domínios, cores, comidas e cantigas específicas, representando arquétipos humanos e forças cósmicas.
Eles não são deuses separados de Olorum, mas aspectos de uma única divindade que se desdobra em múltiplas manifestações.
A expressão “o que é orixás” resume essa concepção.
No Candomblé, a relação com os Orixás é de respeito, devoção e aprendizado contínuo.
Os “Orixás no Candomblé” são cultuados diretamente pelos iniciados (filhos de santo) através de rituais, oferendas (ebós), cantigas (orikis), danças e toques de atabaque.
Acredita-se que os Orixás atuam na vida dos seres humanos, concedendo axé (energia vital e poder), protegendo, orientando e disciplinando, sempre em busca do equilíbrio e da evolução do indivíduo e da comunidade.
Para saber mais sobre o axé, veja “O que significa Axé no Candomblé“.
Orixás do Candomblé: O Panteão e Suas Essências
Os “orixás do candomblé” formam um panteão diversificado e complexo, com cada divindade representando uma parte da criação e da existência.
A relação com eles é de reciprocidade: os fiéis oferecem culto e axé, e os Orixás retribuem com proteção, saúde, prosperidade e orientação.
O culto a esses Orixás é a base da vida no terreiro, onde cada um tem seu espaço (assentamento), suas cores e seu dia da semana.
A profundidade do conhecimento sobre os “orixás no candomblé” é adquirida ao longo de anos de iniciação e estudo.
Quais são os Orixás do Candomblé: Um Panorama dos Principais
A lista completa de “quais são os Orixás do Candomblé” pode variar ligeiramente entre as diferentes nações (Ketu, Jeje, Angola) e até mesmo entre as casas, mas alguns são amplamente reconhecidos e cultuados.
Aqui está um panorama dos principais Orixás do panteão africano, com seus domínios e características:
Exu: O Mensageiro, o Senhor dos Caminhos e da Comunicação
Exu é o primeiro Orixá a ser saudado em qualquer rito, pois é o mensageiro entre o Orun (mundo espiritual) e o Aiyê (mundo material), e o detentor das chaves dos caminhos.
Representa a comunicação, o movimento, a sexualidade e a dualidade da existência.
É o Orixá que garante a execução da Lei e a fluidez das energias.
É importante diferenciar sua imagem das conotações negativas do diabo cristão.
Para saber mais, veja “Quem é Exu“.
Ogum: O Guerreiro, o Senhor do Ferro e da Ordem
Ogum é o Orixá da guerra, da tecnologia (ferro), da Lei, da ordem, da abertura de caminhos e da proteção.
É o desbravador, o que abre picadas na mata e defende seus filhos com coragem e determinação.
Sua energia é de ação e justiça.
Veja “Quem é Ogum“.
Oxóssi: O Caçador, o Senhor da Fartura e do Conhecimento
Oxóssi é o Orixá das matas, da caça, da fartura, da abundância e do conhecimento.
É o provedor, o que traz o sustento e a sabedoria da natureza.
Sua energia é de busca, inteligência e conexão com o reino animal.
Conheça “Quem é Oxóssi“.
Obaluaê/Omolu: O Senhor da Cura, da Doença e da Transformação
Obaluaê (ou Omolu, Xapanã) é o Orixá da cura, da doença, da transformação, da transmutação e da passagem entre a vida e a morte.
É o Senhor das Palhas, que purifica e regenera, afastando males e trazendo superação.
Veja “Quem é Obaluaê“.
Xangô: O Rei da Justiça, do Fogo e dos Trovões
Xangô é o Orixá da justiça, do fogo, dos trovões, da razão e da sabedoria.
É o executor da Lei Divina, o que pune os injustos e defende os oprimidos.
Sua energia é de poder e equilíbrio.
Entenda mais em “Quem é Xangô“.
Iansã: A Senhora dos Ventos, das Tempestades e da Paixão
Iansã (Oyá) é a Orixá dos ventos, das tempestades, da paixão, da movimentação, da transformação e do poder feminino.
É guerreira, destemida e impetuosa, abrindo caminhos com a força de sua espada e do raio.
Conheça a energia de “Quem é Iansã“.
Oxum: A Senhora da Água Doce, do Amor e da Prosperidade
Oxum é a Rainha das Águas Doces (rios, cachoeiras), do amor, da beleza, da fertilidade, da prosperidade e da doçura.
É a Orixá da sedução, da riqueza e da sensibilidade, que zela pelos seus filhos com carinho e proteção.
Veja mais em “Quem é Oxum“.
Iemanjá: A Rainha do Mar, Mãe Universal
Iemanjá é a Rainha do Mar, a Grande Mãe, protetora dos lares, da família, dos pescadores e das emoções.
Rege a maternidade, a intuição, a calma e a purificação.
Conheça mais sobre “Quem é Iemanjá“.
Nanã Buruquê: A Anciã, Senhora da Sabedoria e da Ancestralidade
Nanã Buruquê é a Orixá mais antiga, Senhora dos pântanos, da sabedoria, da ancestralidade, da memória e da transmutação da vida.
Rege a paciência, a maturidade e a ligação com o passado.
Entenda o papel de “Quem é Nanã“.
Oxalá: O Pai Maior, o Criador de Tudo
Oxalá é o Orixá maior no panteão iorubá, o Pai da Criação, o Senhor da Paz, da Sabedoria e da Pureza.
Ele é a fonte de toda a vida e a representação máxima do amor e da caridade divina.
Veja mais sobre “Quem é Oxalá“.
Outros Orixás Importantes
Além desses, há diversos outros “Orixás do Candomblé” que são cultuados, como:
- Logun-Edé: Orixá jovem, caçador e pescador, filho de Oxóssi e Oxum. Veja “Quem é Logun-Edé“.
- Ossain: Orixá das folhas, ervas e da cura. Veja “Quem é Ossain“.
- Oxumaré: Orixá do arco-íris, da renovação e do movimento cíclico. Veja “Quem é Oxumaré“.
- Obá: Orixá guerreira, ligada às águas revoltas, ao conhecimento e à lealdade. Veja “Quem é Obá“.
- Ewá: Orixá da beleza, do orvalho, da visão e da transformação. Veja “Quem é Ewá“.
- Ibejis: Divindades infantis, da alegria e da fertilidade. Veja “Quem são os Ibejis“.
- Iroko: Orixá da Gameleira, da ancestralidade e do tempo. Veja “Quem é Iroko“.
A Relação entre os Orixás e os Iniciados no Candomblé
A relação com os Orixás no Candomblé é de profunda intimidade e devoção.
Cada pessoa possui um Orixá de cabeça, que é a divindade que a rege e a protege ao longo da vida, e que é revelado através de rituais como o jogo de búzios.
A iniciação no Candomblé (“feitura de santo”) é um processo complexo que estabelece uma ligação direta e indissolúvel entre o iniciado (filho de santo) e seu Orixá.
Essa conexão permite que o Orixá se manifeste através do corpo do filho de santo em transe (incorporação), em momentos de dança e louvor, onde o Orixá “dança” e se comunica com a comunidade.
É o “ronco no candomble” ou “o que é ronco candomble” que antecede a incorporação.
A vida do iniciado é pautada pelos preceitos e quizilas do seu Orixá, que são regras de conduta e proibições alimentares ou comportamentais.
O “preceito no candomble” é fundamental para a harmonia com o Orixá.
A relação com os “Orixás no Candomblé” é, portanto, de total dedicação e respeito, buscando a harmonia e o equilíbrio em todos os aspectos da vida.
O Orixá é visto como um pai, uma mãe, um guia e um protetor constante.
As “nacoes do candomble” também influenciam as práticas e os rituais, como detalhado em “Nações do Candomblé”.
A Força dos Orixás no Dia a Dia e o Culto no Terreiro
A força dos “Orixás no Candomblé” se manifesta no dia a dia dos fiéis, oferecendo orientação, proteção e auxílio em diversas situações.
Através de orações, banhos de ervas (como as “folhas sagradas no candomble“) e oferendas (ebós), os fiéis buscam a conexão com seus Orixás para manter o axé em alta e resolver problemas materiais e espirituais.
O “o que é ebo no candomble” é um ritual importante de oferenda.
O culto aos Orixás é o cerne das atividades no terreiro.
As festas anuais (toques), as obrigações rituais e as cerimônias de iniciação são momentos de grande axé, onde a comunidade se reúne para louvar e agradecer aos Orixás.
Os atabaques, as cantigas (orikis) e as danças são elementos essenciais que invocam a presença e a energia dos Orixás, tornando o ambiente sagrado e propício à manifestação do divino.
A espiritualidade do Candomblé é vibrante e pulsante, conectada diretamente com as forças da natureza que os Orixás representam.
Para mais informações sobre a religião, consulte a Federação Brasileira de Cultos Afro-Brasileiros (FEBACAB), que pode oferecer dados e pesquisas sobre o Candomblé.
Perguntas Frequentes (FAQ) sobre Orixás no Candomblé
1. O que são Orixás no Candomblé?
O que são Orixás no Candomblé? São divindades da religião iorubá, manifestações de Olodumare (Deus supremo), que representam as forças da natureza (água, fogo, terra, ar, matas) e arquétipos humanos. Eles são cultuados diretamente e considerados intermediários entre o plano material e o espiritual.
2. Qual a principal diferença entre Orixás do Candomblé e da Umbanda?
A principal diferença é que no Candomblé, os “Orixás do Candomblé” são cultuados diretamente e incorporam nos iniciados. Na Umbanda, embora sejam a base da fé, os Orixás são Chefes de Linha e atuam mais através de entidades de trabalho (Caboclos, Pretos Velhos, etc.) que incorporam nos médiuns, e não o próprio Orixá.
3. Quais são os Orixás do Candomblé mais cultuados?
“Quais são os Orixás do Candomblé” mais cultuados incluem Exu, Ogum, Oxóssi, Obaluaê/Omolu, Xangô, Iansã, Oxum, Iemanjá, Nanã Buruquê e Oxalá. Há muitos outros, e a proeminência pode variar entre as diferentes nações do Candomblé.
4. O que significa “Orixá de cabeça” no Candomblé?
“Orixá de cabeça” no Candomblé é a divindade principal que rege e protege uma pessoa ao longo de sua vida, influenciando sua personalidade e destino.
É o Orixá com quem o iniciado estabelece uma conexão profunda através da “feitura de santo” (iniciação).
5. O Candomblé acredita em Deus?
Sim, o “Candomblé acredita em Deus”, a divindade suprema conhecida como Olodumare ou Olorum.
Os Orixás são considerados emanações e intermediários dessa divindade maior, responsáveis por manter a ordem e o equilíbrio no universo.
Conclusão: Orixás no Candomblé, A Força Viva da Ancestralidade
Os Orixás no Candomblé são muito mais do que meras divindades; são a própria expressão da vida, da natureza e da ancestralidade que pulsa no coração dessa religião.
“O que é Candomblé” se revela no culto e na profunda reverência a esses seres divinos que guiam, protegem e disciplinam seus filhos.
A conexão com os “orixás do candomblé” é uma jornada de fé, disciplina e aprendizado contínuo, onde cada indivíduo busca seu equilíbrio e sua evolução sob a luz e o axé dessas poderosas forças.
Conhecer “quais são os Orixás do Candomblé” é o primeiro passo para compreender a beleza, a profundidade e a resiliência de uma fé que, através dos séculos, manteve-se viva e vibrante, enriquecendo a cultura e a espiritualidade brasileira.
Que o axé dos Orixás esteja sempre presente, abençoando a todos.
Para continuar sua jornada de aprendizado sobre o Candomblé, explore outros artigos do “Cantinho de Oxalá”:
Veja “Proibições no Candomblé” para entender a conduta, “7 Mitos sobre o Candomblé” para desmistificar, ou “Diferença entre Umbanda e Candomblé” para mais comparações.