Quem fundou a Umbanda: A história de Zélio Fernandino de Moraes e a criação de uma nova tradição espiritual
O Brasil, no início do século XX, era um país onde diversas crenças e práticas religiosas coexistiam. Havia uma forte presença das religiões de matriz africana, trazidas pelos escravos, juntamente com o catolicismo, que predominava oficialmente. Nesse cenário, a Umbanda surgiu como uma resposta à necessidade de um sincretismo religioso que unisse essas tradições.
Zélio Fernandino de Moraes foi o responsável por fundar a Umbanda, no dia 15 de novembro de 1908, durante uma sessão espírita em Niterói, Rio de Janeiro. Naquela ocasião, ele incorporou o espírito do Caboclo das Sete Encruzilhadas, que anunciou a fundação de uma nova religião, com a missão de praticar a caridade e unir diferentes correntes espirituais.
Quem Foi Zélio Fernandino de Moraes?
Zélio Fernandino de Moraes nasceu em 10 de abril de 1891, em São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro. Ele se destacou como médium desde jovem e, aos 17 anos, começou a manifestar fenômenos espirituais que chamaram a atenção da comunidade espírita da época. Apesar de suas inclinações para o espiritismo, Zélio se tornou o fundador de uma nova religião: a Umbanda.
Quando questionamos quem fundou a Umbanda, é essencial entender o papel de Zélio como intermediário entre o plano espiritual e o plano terreno. Ele era médium de incorporação, e sua missão, segundo os relatos, foi revelada por entidades espirituais que guiaram a criação da Umbanda. Seu legado permanece vivo nas práticas dos terreiros até hoje.
O Papel do Caboclo das Sete Encruzilhadas
O Caboclo das Sete Encruzilhadas é a entidade espiritual que se manifestou através de Zélio de Moraes, anunciando a criação da Umbanda. Ele simboliza a ligação com as tradições indígenas brasileiras e representa a força e sabedoria dos caboclos, que são espíritos de guerreiros e caçadores nativos. O nome “Sete Encruzilhadas” refere-se à capacidade de tomar decisões em diferentes caminhos da vida, representando as várias direções que a religião poderia seguir.
Essa entidade espiritual destacou que a Umbanda estaria aberta a todas as pessoas, sem distinção de cor, classe ou crença, e que sua principal missão seria a caridade. Esse ideal se mantém como um dos pilares da religião até os dias atuais. A presença dos caboclos, pretos-velhos e outras entidades na Umbanda é um reflexo da pluralidade espiritual que a religião abraça.
A Primeira Sessão de Umbanda
A fundação da Umbanda ocorreu em uma sessão espírita na casa de Zélio Fernandino de Moraes, em Niterói. Durante a reunião, o Caboclo das Sete Encruzilhadas manifestou-se pela primeira vez, desafiando algumas normas do espiritismo da época. Ele afirmou que as entidades que eram vistas como “atrasadas”, como os pretos-velhos e os caboclos, tinham muito a oferecer em termos de sabedoria e espiritualidade.
Após essa sessão, Zélio passou a realizar cultos em sua casa, que mais tarde se transformou no primeiro centro de Umbanda, a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade. A partir desse momento, a religião começou a se expandir, atraindo seguidores de várias partes do país, que se identificavam com sua mensagem inclusiva e espiritual.
A Diferença entre Umbanda e Outras Religiões
A Umbanda se distingue de outras religiões por seu caráter sincrético. Ela incorpora elementos de várias tradições religiosas, como o espiritismo, o candomblé, o catolicismo, e até influências indígenas e esotéricas. Por isso, quando nos perguntamos quem fundou a Umbanda, devemos também considerar a riqueza de suas influências e a forma como essas tradições foram integradas.
Diferentemente do candomblé, que possui uma hierarquia mais rígida e foco nas divindades africanas, a Umbanda é mais flexível em suas práticas e aberta a diversas entidades espirituais. Outro ponto distintivo é o uso de espíritos guias, como os pretos-velhos, caboclos e crianças, que ajudam os praticantes em seu desenvolvimento espiritual.
A Expansão da Umbanda no Brasil
Após sua fundação, a Umbanda se espalhou rapidamente pelo Brasil. A partir da década de 1930, diversos terreiros começaram a surgir, e a religião ganhou adeptos em diferentes regiões do país. Esse crescimento foi impulsionado pela necessidade de uma religião que integrasse a rica diversidade cultural e espiritual do povo brasileiro.
Zélio Fernandino de Moraes continuou a guiar o desenvolvimento da Umbanda até sua morte, em 1975. Ao longo dos anos, a religião passou por várias transformações, incorporando novos elementos e se adaptando às necessidades de seus seguidores. No entanto, o princípio fundamental da caridade e do auxílio espiritual continua sendo um dos pilares da religião.
Os Fundamentos da Umbanda
A Umbanda é uma religião centrada no conceito de caridade, na ajuda espiritual e no desenvolvimento da fé. Seus fundamentos envolvem o trabalho com entidades espirituais que se manifestam para auxiliar os fiéis em questões do cotidiano, desde problemas emocionais até desafios materiais. Além disso, a Umbanda valoriza o respeito e a reverência aos ancestrais, como os pretos-velhos, que simbolizam a sabedoria acumulada ao longo dos séculos.
Quem fundou a Umbanda, Zélio de Moraes, destacou que a simplicidade deveria ser uma marca da religião. Isso reflete-se nos rituais da Umbanda, que são caracterizados por cantos, toques de tambores e oferendas simbólicas. A prática visa conectar os fiéis com as forças espirituais e proporcionar cura física, emocional e espiritual.
O Legado de Zélio Fernandino de Moraes
O legado de Zélio Fernandino de Moraes permanece vivo nos milhares de terreiros de Umbanda espalhados pelo Brasil. Ele não só fundou a Umbanda, mas também estabeleceu as bases para o seu crescimento e desenvolvimento como uma das principais religiões do país. Sua contribuição vai além da fundação; ele deixou uma filosofia de vida que preza pela igualdade, pela paz e pela espiritualidade.
Até os dias de hoje, as táticas e ensinamentos de Zélio são passados de geração em geração, sendo adaptados às novas realidades, mas sem perder o foco principal: a caridade e o auxílio aos necessitados. A Umbanda é um reflexo do povo brasileiro, com suas múltiplas influências e suas raízes profundas na história do país.
A Importância de Zélio Fernandino e a Fundação da Umbanda
Ao se perguntar quem fundou a Umbanda, a resposta nos leva diretamente a Zélio Fernandino de Moraes, mas também ao Caboclo das Sete Encruzilhadas e às forças espirituais que guiaram essa fundação. A Umbanda representa a mistura de várias culturas e crenças, sendo uma das religiões mais representativas da diversidade espiritual brasileira.
O impacto de Zélio e da Umbanda transcende a religião, promovendo valores universais de respeito, caridade e inclusão. Por isso, o reconhecimento de sua fundação é essencial para entender a história religiosa e cultural do Brasil.
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